China dribla tarifaço de Trump e tem superávit comercial de US$ 1 trilhão pela primeira vez na história
08/12/2025
(Foto: Reprodução) Superávit da China quebra o próprio recorde e supera US$ 1 trilhão apesar do tarifaço dos EUA
Apesar do tarifaço de Donald Trump, a China teve um resultado inédito no comércio com outros países. O saldo em 2025 já superou US$ 1 trilhão.
A economia chinesa já tinha alcançado o maior superávit da história em 2024. Em 2025, ela conseguiu superar essa marca em apenas 11 meses. De janeiro a novembro de 2025, a China vendeu muito mais do que comprou. O saldo da balança comercial foi de US$ 1,8 trilhão - apesar da guerra comercial com os Estados Unidos.
Em abril, Donald Trump chegou a impor tarifas de 145% sobre produtos chineses. Para driblar o tarifaço, a estratégia de Pequim foi aumentar as exportações para o resto do mundo:
para a União Europeia, as vendas cresceram quase 15%;
para a Austrália, mais de 35%;
a China também exportou mais para a América Latina e África.
Outra estratégia foi finalizar a fabricação de produtos em países do Sudeste Asiático, na Índia e no México. Produtos que começam a ser feitos na China agora entram em território americano como importações de outros países, com sobretaxas menores.
O professor de administração e negócios, especialista em China, Marshall Meyer, da Universidade da Pensilvânia, avalia que o resultado da balança comercial mostra uma economia dependente das exportações para crescer:
"É um paradoxo. Eles têm esse superávit de mais de US$ 1 trilhão, mas dentro do país, o consumo das famílias está estagnado".
China dribla tarifaço de Trump e tem superávit comercial de US$ 1 trilhão pela primeira vez na história
Jornal Nacional/ Reprodução
A China também revidou o tarifaço de outra forma: diminuiu a compra de vários produtos dos Estados Unidos quase na mesma proporção para evitar um desequilíbrio na balança comercial. Entre eles, um muito importante para a agricultura americana: a soja.
Em maio, o Jornal Nacional mostrou que os agricultores americanos temiam o impacto da guerra comercial. A China suspendeu a compra da soja por um tempo. Mas, em outubro, os dois países chegaram a uma trégua. O governo chinês retomou as importações, e as tarifas foram reduzidas enquanto os governos negociam um acordo comercial. Hoje, a média das sobretaxas está em 47,5%. As exportações chinesas para os Estados Unidos caíram 29% em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2024.
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