Após encontro entre Lula e Trump na Malásia, CNI vê 'passo relevante' para reverter tarifaço

  • 26/10/2025
(Foto: Reprodução)
Lula se diz agradecido por encontro com Trump: 'Reunião que parecia impossível' A Confederação Nacional da Indústria (CNI) emitiu um posicionamento sobre o encontro do presidente Lula (PT) com o norte-americano, Donald Trump. Os presidentes se encontraram na tarde deste domingo na Malásia (madrugada pelo horário de Brasília). Para a CNI, o encontro representa um avanço no sentido de reverter o tarifaço imposto ao Brasil pelo governo americano. "O diálogo entre os dois líderes representa um avanço concreto nas tratativas bilaterais e reforça o compromisso de ambos os governos com a construção de soluções equilibradas para o comércio entre Brasil e Estados Unidos", afirmou a entidade, em nota (veja a íntegra ao fim da reportagem). Segundo a CNI, o anúncio do início das negociações sobre o tarifaço pode representar um "passo relevante". Ricardo Alban, presidente da entidade, afirmou acreditar que será construída uma solução capaz de devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras. À GloboNews, Alban declarou que a negociação ocorreu de forma célere, apesar do que muitos acreditavam. Ele disse ainda que é possível esperar uma possível redução da sobretaxa de 40% para entrada de produtos brasileiros nos EUA, em vigor desde agosto, por determinado prazo, para que as negociações evoluam. O setor de autopeças, máquinas e equipamentos seriam os mais impactados financeiramente pela suspensão temporária da taxação, segundo o presidente da CNI. Alban afirmou que é preciso que o setor industrial se fortaleça cada vez mais para que o Brasil se insira na geopolítica comercial. Câmara de Comércio Por sua vez, a Amcham, Câmara Americana de Comércio para o Brasil, pede que intensificação das negociações leve a um acordo bilateral com agilidade. “Reforçamos a importância de que a intensificação das negociações, com novas rodadas previstas a partir de hoje, leve a um entendimento em curto prazo, com foco na ampliação de oportunidades de comércio e investimentos entre as duas maiores economias das Américas”, disse Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil. Para a Amcham Brasil, a reunião representa um avanço importante no diálogo de alto nível entre os dois governos, além de fortalecer as perspectivas de um acordo bilateral voltado à redução de tarifas sobre as exportações brasileiras. 'Estamos otimistas', diz indústria do café A Associação Brasileira do Café (Abic) também recebeu com otimismo a reunião entre Lula e Trump. O café é o produto agrícola que o Brasil mais exporta para os Estados Unidos. "Os últimos encontros entre os Presidentes dos EUA e do Brasil têm sido mais positivos e ABIC estamos otimistas. As relações de longo prazo entre Brasil e Estados Unidos permitirão uma reavaliação equilibrada e responsável dessas tarifas, com base em critérios técnicos e em benefício mútuo", disse Pavel Cardoso, presidente da ABIC. "Embora o novo cenário traga desafios imediatos às exportações, a ABIC destaca que o café brasileiro mantém posição sólida no mercado internacional, sustentada por sua competitividade, qualidade reconhecida e relevância para a balança comercial dos dois países", acrescentou a entidade. Exportadores de carne bovina A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) também avaliou de forma positiva a reunião. "O encontro reforça a importância do diálogo para o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e demonstra a disposição de ambos os governos em avançar nas discussões sobre as tarifas atualmente em vigor, que afetam diferentes setores do comércio bilateral, incluindo as exportações de carne bovina brasileira." A associação disse que acredita que o entendimento entre os dois países pode preservar a competitividade do produto brasileiro e garantir previsibilidade aos exportadores Os EUA são o segundo maior comprador de carne do Brasil e um importante destino para o setor. Setor de calçados tem 'otimismo comedido' A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados disse que, neste momento, tem um "otimismo comedido" em relação à reunião e que espera que "medidas concretas sejam tomadas nos próximos dias' Apesar disso, disse que enxerga com "bons olhos os avanços nas negociações" entre Brasil e EUA neste domingo. LEIA TAMBÉM: Lula diz que teve 'ótima reunião' com Trump que acordo começa a ser negociado 'imediatamente' Não há motivo para desavença entre Brasil e EUA, diz Lula Trump quer vir ao Brasil e Lula, ir aos EUA, diz chanceler brasileiro após encontro VÍDEO: antes de reunião fechada, presidentes deram entrevista em tom cordial Bolsonaro foi citado 'lateralmente' e não foi tema central, diz chanceler Encontro entre Lula e Trump O encontro se deu neste domingo na Malásia e durou aproximadamente 45 minutos. Trata-se da primeira interação direta entre Lula e Trump desde uma conversa tida em setembro durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). "Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras", declarou o presidente brasileiro pós o encontro. Na primeira parte do encontro, Lula e Trump falaram com os jornalistas por cerca de 10 minutos. Trump disse ser uma honra estar com o presidente do Brasil e que provavelmente eles fariam "alguns bons acordos". "Nós vamos discutir [tarifas] um pouco. Nós sabemos que nós nos conhecemos. Nós sabemos o que cada um quer", disse Trump. Lula e Trump se encontram na Malásia neste domingo Perguntado sobre Jair Bolsonaro, o presidente norte-americano disse que "se sente mal" pelo que o ex- passou brasileiro, mas não respondeu se o assunto iria ser discutido no encontro. Lula, por sua vez, disse que tinha uma pauta extensa para discutir com Trump e que não havia motivos para desavença entre EUA e Brasil. "Não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos", disse o brasileiro. Depois da reunião, o presidente brasileiro se disse agradecido e constatou que ele e Trump conseguiram "fazer uma reunião que parecia impossível". Ele acrescentou que tinha uma pauta extensa para discutir com Trump e que não havia motivos para desavença entre EUA e Brasil. Ó chanceler brasileiro, Mauro Vieira, declarou que a reunião foi "muito positiva", dizendo que os dois países realmente concordaram em negociar o tarifaço imposto ao Brasil. A expectativa do governo brasileiro é que, durante a negociação, as tarifas venham a ser suspensas, de acordo com Vieira. Mauro Vieira diz que reunião entre Lula e Trump foi positiva e que países esperam acordo em poucas semanas Leia o documento da Confederação Nacional da Indústria na íntegra: "A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia como positivo o encontro realizado neste domingo (26), na Malásia, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. O diálogo entre os dois líderes representa um avanço concreto nas tratativas bilaterais e reforça o compromisso de ambos os governos com a construção de soluções equilibradas para o comércio entre Brasil e Estados Unidos. O anúncio do início das negociações sobre o tarifaço, com disposição real das duas partes para alcançar um acordo, é um passo relevante. Acreditamos que teremos uma solução que vai devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban. Ele deixou claro que o setor continuará à disposição para contribuir tecnicamente no sentido da retomada da relação comercial entre os dois países sem tarifas abusivas. A CNI tem atuado de forma técnica e propositiva desde o início das negociações, defendendo o caminho do diálogo e apresentando propostas concretas em áreas de interesse comum, como energia renovável, biocombustíveis, minerais críticos e tecnologia. “É natural que os Estados Unidos busquem proteger suas cadeias produtivas. O que defendemos é um processo racional, transparente e baseado em dados, que permita avançar de forma construtiva”, acrescenta Alban. Em setembro, na missão empresarial liderada pela CNI a Washington, foram abertas frentes de diálogo e cooperação em setores de alto potencial, como data centers, combustível sustentável de aviação (SAF) e minerais críticos - temas que permanecem no centro da agenda bilateral. Na ocasião, líderes industriais se reuniram com autoridades e empresários norte-americanos para discutir os impactos das tarifas sobre exportações brasileiras e abrir caminhos para novas negociações." Veja autoridades que participaram do encontro Brasil e Estados Unidos Foto: Reuters e Arte/g1

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/10/26/encontro-lula-trump-cni-tarifaco.ghtml


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