Conheça empreendedores de outros estados, que disputam com Minas, a final da ExpoFavela
22/11/2025
(Foto: Reprodução) Empreendedores de 14 estados, de todas as regiões do país, vão se encontrar nos próximos dias 29 e 30 de novembro, em São Paulo, para a grande final da ExpoFavela Innovation Brasil 2025. Organizada pela Central Única das Favelas (CUFA), a feira é uma oportunidade para os participantes impulsionarem seus negócios, por meio da conexão com investidores.
Cinco empreendimentos de cada estado foram selecionados para a final. Ao todo, serão 70 participantes.
Nesse sábado (22) , o Rolê nas Gerais conta a história dos empreendimentos mineiros que vão estar na final da ExpoFavela, em São Paulo, no Expo Center Norte.
Dudu e sua equipe durante a etapa nacional da ExpoFavela, em São Paulo, no ano passado: prêmio de 100 mil reais.
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No ano passado, Minas "levou o caneco” na grande final nacional com uma empresa que oferece serviços de acessibilidade, por meio da linguagem de libras. A Uai Libras recebeu R$ 100 mil na premiação. O mesmo valor será oferecido ao vencedor deste ano .
A disputa promete ser concorrida. Conheça alguns empreendimentos que irão representar Amazonas, Bahia, Goiás e Rio de Janeiro:
Amazonas
Jerusa Nascimento (a primeira à esquerda) está entre os cinco selecionados pela Expofavela Amazonas para representar o Estado
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Um dos empreendimentos finalistas da região Norte do país é o Sítio Green Spot, gastronomia com alma amazônica.
O sítio produz conservas, licores e geleias, valorizando o todo da fruta e o trabalho das comunidades locais. Considerando, ainda, o tempo da natureza e o ciclo dos ingredientes.
O negócio é gerido pela chef Jerusa Nascimento e a fitoterapeuta e estudante de agronomia Manuella Freire.
"O projeto nasceu do meu desejo de transformar a riqueza da floresta amazônica em sabores autênticos, conectando o artesanal com o contemporâneo, o internacional com o local”, conta Jerusa Nascimento, pernambucana que encontrou no Amazonas uma forma de recomeçar a vida, após um período morando fora do país .
“Resgato saberes ancestrais como o tucupi preto, o caxiri e o piracuí. Não, como foco comercial, mas como forma de reconhecer e honrar as tradições que sustentam a culinária amazônica. Meu propósito é resgatar a ancestralidade da Amazônia e traduzir suas raízes em sabores contemporâneos”, diz.
Participando pela primeira vez da ExpoFavela Amazonas, Jerusa afirma que tem sido uma experiência transformadora.
“Foi emocionante ter o reconhecimento do público e dos jurados. Ser finalista foi mais do que um prêmio, é a confirmação de que a floresta tem voz, e que, através da gastronomia, ela pode chegar mais longe. Agora, me preparo para a final nacional em São Paulo, levando comigo o sabor, a força e a alma da Amazônia”, finaliza.
Bahia
Antes de empreender no ramo dos cosméticos, a baiana Sueide dos Reis Cunha trabalhava em um escritório, como analista financeira
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Moradora do bairro Plataforma, no subúrbio ferroviário de Salvador, a artesã Sueide dos Reis Cunha não esconde a ansiedade às vésperas da final da ExpoFavela, em São Paulo.
Sueide produz espumas de limpeza, hidratantes, sabonetes líquidos e sólidos, desodorantes, entre outros produtos.
"Participar desse evento é uma grande oportunidade de mostrar que a saboaria artesanal e os dermocosméticos naturais têm espaço, sim, em meio a grandes marcas. Estou muito animada para levar a essência e o dendê do Sabonativa, com toda a força e autenticidade da nossa Bahia, e apresentar nossos produtos para um público novo, diverso e exigente. Mais do que uma feira, vejo esse momento como uma chance de ampliar conexões, abrir caminhos e reafirmar que beleza natural também é inovação”, diz.
Formada em Gestão Ambiental e coautora do livro “Tentaram Calar a Nossa Voz”, antes de investir no ramo dos cosméticos, a empreendedora trabalhava em um escritório, como analista financeira.
“Durante a pandemia de Covid, fiquei sem trabalho e pouco tempo depois, meu esposo também perdeu o emprego. Foi então que iniciamos a produção de aromatizadores. No entanto, por eu ter problemas de pele, busquei conhecimento na área e acabamos mudando o rumo do negócio para a linha de sabonetes naturais”, conta.
Em 2024, Sueide ficou entre os 15 finalistas da ExpoFavela Bahia .
"Não chegamos a ir para São Paulo, mas eu não desisti dos meus sonhos. Continuei acreditando, trabalhando e aprimorando o projeto, e esse ano, com muita alegria, conquistamos o Top 5!”, comemora a empreendedora.
Goiás
A estudante de arquitetura Marília Lilia Vieira é criadora de uma empresa que oferece produtos de engenharia civil sustentável
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Um dos cinco empreendimentos selecionados para representar Goiás em São Paulo, a Green Build, oferece produtos de engenharia civil sustentável.
O primeiro produto desenvolvido pela empresa é o “Thermoblock Wall”, um bloco de construção ecológico e termoacústico. Criado para substituir blocos convencionais e com menor impacto ambiental, maior eficiência e custo competitivo.
“A gente utiliza resíduos sólidos como matéria-prima, reduz a geração de lixo que iria para os aterros e lixões, melhora o isolamento térmico das edificações, diminui o desperdício nas obras e fortalece a economia circular, ao gerar emprego e renda para as comunidades locais”, explica Warley Santos Araújo, um dos sócios da empresa.
Ele conta que o projeto nasceu da inquietação da estudante de arquitetura Marília Lilia Vieira, idealizadora do bloco verde.
O projeto ficou em segundo lugar na etapa regional e agora será apresentado em São Paulo.
"Vamos para São Paulo não apenas para competir, mas para ampliar parcerias, atrair investimento e acelerar as etapas de validação e produção em escala. Queremos provar que a inovação sustentável também nasce da periferia e comunidade do cerrado, pelas mãos da mulher goiana, e de iniciativas que unem impacto socioambiental, tecnologia acessível e geração de renda", afirma.
Rio de Janeiro
A empreendedora Vitória Cosme da Silva na ExpoFavela Rio: empresa emprega diretamente 12 pessoas de comunidades cariocas
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Um dos representantes do Rio de Janeiro na final é o Rio Delas Experience, um empreendimento de turismo, com mais de seis anos de atuação nas favelas do Rio de Janeiro.
“Nosso modelo transforma o turismo em uma ferramenta de ativismo e desenvolvimento social e econômico, conectando visitantes à potência e à cultura local”, explica Vitória Cosme da Silva.
O desafio, segundo ela, é diminuir o preconceito e desmarginalizar os moradores e a cultura da favela. E mostrar que esses territórios são centros de inovação, arte e empreendedorismo e merecem seu respeito.
Entre os principais roteiros, Vitória destaca a Galeria 5 Bocas, referência em arte urbana; a Nave do Conhecimento, no Complexo do Alemão; e o Bar e Choperia Esperança, símbolo do empreendedorismo gastronômico no Complexo da Maré.
O empreendimento emprega diretamente 12 pessoas, a maioria da própria comunidade. A empresa não tem sede física e os pacotes são vendidos por meio da internet.
Para Vitória, chegar à final é a confirmação de que o trabalho vem gerando impacto real dentro e fora das favelas.
"Foi um espaço de troca, visibilidade e fortalecimento para negócios que surgem em favelas e quilombos. Incrível ver tantos projetos de inovação vindo desses lugares. Agora, vamos para São Paulo. Queremos mostrar que o turismo de impacto social é uma força poderosa de transformação e que a favela pode e deve ocupar espaços de destaque na economia criativa brasileira”, conclui.
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