Emissão de metano desacelera no mundo, mas ritmo é lento

  • 20/11/2025
(Foto: Reprodução)
Ainda dá tempo de mudar o rumo do clima no planeta Na corrida para conter o aquecimento global e as emissões de gases de efeito estufa, a redução do metano oferece ao mundo uma "pausa na emergência climática", afirmou Martina Otto, chefe da Coalizão Clima e Ar Limpo das Organização das Nações Unidas (ONU). 🌡️Apesar de ter uma vida útil mais curta na atmosfera do que o dióxido de carbono (CO2), o metano é mais de 80 vezes mais potente em reter calor ao longo de um período de 20 anos e responsável por cerca de um terço do aquecimento global. E, embora nos últimos anos o mundo tenha apresentado algum progresso na redução da quantidade desse gás que escapa para a atmosfera, um novo relatório da ONU alerta que esses esforços precisam ser acelerados rapidamente. Leia também: Termômetro da COP #DIA 11 Ainda há tempo para evitar os piores impactos da crise climática? Acordo freou emissões de metano O que o arroto do boi tem a ver com o aquecimento global? O relatório faz um balanço do progresso mundial desde o lançamento do Compromisso Global sobre o Metano na cúpula climática de 2021 em Glasgow, na Escócia. Desde então, quase 160 nações concordaram em reduzir as emissões de metano em 30% até 2030 em relação aos níveis de 2020. A meta é alinhada ao objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais. Os últimos cinco anos testemunharam "uma atenção e ação global sem precedentes em relação ao metano", afirma Dan Jorgensen, comissário da União Europeia (UE) para Energia e Habitação. Segundo ele, isso inclui um número crescente de países desenvolvendo planos de ação para reduzir as emissões desse potente gás, bem como um compromisso cada vez maior da indústria. Empresas em 90 países aderiram ao programa de monitoramento e registro de metano da ONU. Apesar dos esforços, as emissões continuam aumentando. E o relatório sugere que elas aumentarão mais 5% até 2030 e 21% até 2050, em comparação com os níveis de 2020. No entanto, teriam crescido ainda mais se não fosse pelo compromisso global. O relatório atribui o menor ritmo das emissões tanto à desaceleração do crescimento do mercado de gás quanto a novas regulamentações — incluindo algumas introduzidas pela União Europeia no ano passado, que obrigam as empresas de combustíveis fósseis a monitorar e relatar melhor suas emissões de metano . Cerca de 65% dos países que apresentaram seus novos planos de ação climática à ONU até junho deste ano incluíram medidas voltadas para o metano — um aumento de quase 40% em comparação com 2020. Se totalmente implementados, esses planos poderiam ajudar a reduzir os níveis de emissão em 8%, segundo a análise. Embora o relatório afirme que isso representaria um "progresso histórico" na redução das emissões de metano, ainda está muito aquém dos 30% prometidos em 2021. "Precisamos de ações mais ambiciosas do que as previstas nos planos. Eles são um bom começo, mas precisamos de mais", destaca Lena Höglund-Isaksson, pesquisadora sênior do Instituto Internacional de Análise Aplicada de Sistemas. Leia também: Menos arroto de boi: conheça sistema desenvolvido na Amazônia que reduz emissão de metano No Brasil, emissões de metano são geradas, principalmente, pela pecuária. Gustavo Wanderley/g1 Como diminuir as emissões de metano Embora o metano também seja liberado por fontes naturais, como pântanos, as atividades humanas são responsáveis por cerca de 60% das emissões. Aproximadamente 42% provêm da agricultura, principalmente da digestão animal e do manejo de dejetos animais, e 20% da decomposição de resíduos em aterros sanitários. O restante é produzido pelo setor energético, principalmente pelas indústrias de petróleo e gás, seja acidentalmente por meio de vazamentos em infraestruturas danificadas ou intencionalmente por meio de ventilação e queima. Estes dois últimos liberam metano na atmosfera durante a extração de petróleo e gás. Muitos países têm feito melhorias na redução do metano proveniente da agricultura e de resíduos, por exemplo, equipando aterros sanitários com sistemas de recuperação de gás. Mas muito mais poderia ser feito no setor energético, afirma Höglund-Isaksson, ressaltando que é aqui que existem oportunidades "realmente grandes" para a redução das emissões até 2030. O relatório estima que 72% do potencial de mitigação está neste setor, sendo a maior parte alcançável a baixo custo. Isso inclui medidas como a implementação de programas de detecção e reparo de vazamentos, a redução das emissões de minas de carvão subterrâneas e a céu aberto e a garantia de técnicas adequadas de vedação durante o fechamento de minas e poços. Apesar da acessibilidade das soluções tecnológicas — e o potencial para capturar e vender gás que de outra forma poderia ter vazado —, Höglund-Isaksson afirma que muitos no setor não agirão até que regulamentações os obriguem. "É muito mais lucrativo simplesmente investir o dinheiro na produção." Potencial econômico Luc Powell, diretor sênior de políticas para qualidade do ar e agricultura do Escritório Europeu do Meio Ambiente, uma rede de ONGs climáticas, afirma que alcançar as reduções necessárias de metano exige ir além da natureza voluntária do compromisso global de 2021. "O que precisamos é de algo que seja um requisito obrigatório." Embora o monitoramento de metano por satélite tenha mostrado melhoras nos últimos anos, quase 90% das emissões detectadas ainda não são abordadas por governos e empresas, de acordo com a ONU. Powell afirma que as informações disponíveis nem sempre são usadas no nível das plantas para entender os pontos fracos da infraestrutura, o que impacta não apenas o clima, mas também a própria lucratividade. "Eles não estão vendo quanto dinheiro poderiam economizar reduzindo esses vazamentos." Otto, no lançamento do relatório da ONU, disse que também é necessário haver mais investimento público e privado na mitigação do metano, enfatizando que os benefícios superam em muito os custos. Cumprir o compromisso global de redução do metano ajudaria a evitar um aquecimento global estimado em 0,2 °C até 2050, de acordo com o relatório. Com os cientistas afirmando agora que é provavelmente inevitável que o mundo ultrapasse o limite de 1,5 °C na elevação da temperatura, a redução do metano é mais importante do que nunca, destacou Powell. Dizer que é "crucial parece um eufemismo", acrescentou.

FONTE: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2025/11/20/emissao-de-metano-desacelera-no-mundo-mas-ritmo-e-lento.ghtml


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