Maior UTI neonatal do interior de SP reúne mais de 250 profissionais em Rio Preto
19/11/2025
(Foto: Reprodução) A maior UTI neonatal do interior de São Paulo funciona no Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto. Mais de 250 profissionais atuam na unidade, sendo 180 enfermeiras responsáveis pelo cuidado diário dos bebês.
O assunto é tema da série de reportagens Prematuros: Quando o amor chega mais cedo, da TV TEM, que vai ao ar no TEM Notícias 1ª Edição.
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As gêmeas Júlia e Carolina, filhas de Dialêda e Ângelo
Reprodução/TV TEM
As gêmeas Júlia e Carolina, filhas de Dialêda e Angelo Rabelo Siconelo, estão entre as pacientes da unidade. Hoje saudáveis, elas nasceram com pouco mais de seis meses, após uma cesárea de emergência.
“A minha gravidez até as 19 semanas foi muito tranquila, eu não sentia nada. Em uma consulta de rotina, descobri que a minha placenta tinha descido. Nesse momento, o médico disse: ‘centro cirúrgico agora’", lembra.
Ele explicou que, como a placenta estava exteriorizada, havia risco de ter contraído alguma infecção. E, de fato, isso aconteceu. "Precisei fazer uma cerclagem e consegui segurar as meninas até as 25 semanas.”
Carolina ficou internada por quatro meses, e Júlia, por 11
Reprodução/TV TEM
Carolina ficou internada por quatro meses. Júlia enfrentou mais complicações: foram 11 meses na UTI, sete cirurgias e 20 transfusões de sangue. A alta também foi difícil. Júlia deixou o hospital com colostomia, sonda de alimentação, traqueostomia, ventilação mecânica e oxigênio. Até o início deste ano, ainda precisava de enfermagem 24 horas.
Hoje, ver as filhas crescendo com saúde faz a mãe valorizar o suporte recebido na UTI neonatal e, especialmente, o trabalho das enfermeiras. Como Ângela Maria Baldo, conhecida como Xuxa, que há 16 anos trabalha na unidade e é reconhecida pela habilidade em puncionar veias. Para ela, técnica e carinho caminham juntos.
Ângela Maria Baldo é enfermeira há 16 anos no HCM de Rio Preto
Reprodução/TV TEM
"As mães ficam muito confiantes que você vai olhar com delicadeza a criança, vai ver a melhor veia. Não vai no achismo, se não conseguir volta de novo, deixa esquentar a criança. Elas têm essa confiança na gente", afirma.
“Eu acredito que o acolhimento, o cuidado tanto da família quanto da equipe de saúde, é muito importante para o bebê. Essa família já está passando por muitas dificuldades, e o ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é naturalmente estressante. Por isso, o acolhimento e até mesmo o jeito de falar fazem toda a diferença. O bebê sente, os pais sentem e transmitem isso para a criança”, comenta a enfermeira assistencial neonatal Ana Beatriz Hipólito Félix Martins.
Outro desafio para os bebês é o ganho de peso. Como muitos nascem com poucas gramas, a conquista do primeiro quilo é celebrada. O “prêmio” é confeccionado pela enfermeira Débora Sevilha Pelissoni.
"A gente comemora cada quilo que é ganho. Fazemos o carimbo dos pés para os pais terem memórias para levar para casa e lembrar que cada mãe dessas está passando pelo momento mais delicado da vida delas. Conforme os dias vão passando todos vão entendendo que os objetivos são os mesmos que os deles: a evolução e a alta para casa", relata.
Conquista do primeiro quilo é celebrada com "prêmio” confeccionado pela enfermeira Débora Sevilha Pelissoni
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🦘 Método canguru
Bebê responde ao método canguru com resultados importantes, como ganho de peso
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Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), os pais não são considerados visitas. Eles participam ativamente dos cuidados com os bebês. Com a liberação da equipe médica, também podem segurar o bebê no colo e oferecer aconchego no contato pele a pele, conhecido como método canguru.
“O canguru, quando nasce, traz o filhote prematuro para a bolsa da mãe, onde ele permanece, se alimenta e continua se desenvolvendo. É uma analogia muito feliz, porque, ao colocar o recém-nascido na posição canguru, deixamos o bebê apenas de fralda, em contato pele a pele com a mãe, como se estivesse na bolsa. Por ter nascido prematuro, ele precisa desse contato para continuar se desenvolvendo. O mundo inteiro utiliza esse método”, explica Lilian Beani, chefe da Unidade Canguru do HCM de Rio Preto.
A importância do método é tanta que ele deu nome a um setor onde os bebês ficam após sair da UTI neonatal. Os critérios para entrar no canguru são: atingir o peso de 1,250 quilo, estar estável e sem suporte respiratório.
Método canguru ajuda na conexão entre os pais e o bebê prematuro
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Além de ser um momento de conexão e troca de carinho, o bebê responde com resultados importantes, como ganho de peso.
“Muito calma o tempo todo, nem chora, não reclama. Parece que quanto mais eu faço, maior a evolução dela. Ela chegou com 1.320 gramas e, em dois dias, já está com 1.540. Esse contato e a amamentação no peito têm trazido uma evolução grande”, comemora a cabeleireira Ariane Garsoni.
Ariane Garsoni, cabelereira
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A neonatologista Loise Colares destaca que o método canguru envolve também a preparação da família para o cuidado contínuo após a alta hospitalar.
“Esses bebês passaram por um processo difícil, não só eles, mas também suas famílias. Quando chegam ao setor Canguru, começamos um treinamento com os pais e toda a rede de apoio, para que estejam preparados para ir para casa”, afirma.
A neonatologista Loise Colares
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👶🏻🏥 Prematuros: Quando o amor chega mais cedo
Reportagem e apresentação: Gridânia Brait
Produção: Juliana Barriviera
Imagens: Eduardo Durú, Francisco Braúna, João Serantoni e Cuca Sereguetti
Edição de imagem: Mônica Silva
Edição de arte: Guilherme Orsi
Edição de texto: Juliana Barriviera
Edição de texto web: Eric Mantuan
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