MP denuncia oito pela execução de ex-delegado no litoral de SP; crime foi ordenado pelo PCC
21/11/2025
(Foto: Reprodução) Ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, foi assassinado em Praia Grande (SP)
WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO e Reprodução
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou oito pessoas pela execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros em 15 de setembro de 2025, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A acusação também envolve duas tentativas de homicídio, porte ilegal de armas de uso restrito, favorecimento pessoal e participação em organização criminosa armada.
Entre os denunciados: Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza, Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, Dahesly Oliveira Pires, Willian Silva Marques, Paulo Henrique Caetano de Sales, Cristiano Alves da Silva e Marcos Augusto Rodrigues Cardoso.
De acordo com a Polícia Civil, o crime foi ordenado pelo alto escalão da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), em retaliação à atuação de Fontes contra o grupo. O delegado, que comandou a corporação entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na instituição, foi emboscado ao deixar a Prefeitura de Praia Grande.
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Os executores dispararam dezenas de tiros de fuzil contra o carro da vítima. Após a execução, incendiaram um dos veículos usados e fugiram.
De acordo com o MP-SP, o planejamento da execução começou em março de 2025, com furto de veículos, compra de armamentos e definição de imóveis para apoio logístico.
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Para esclarecer os fatos, os investigadores analisaram câmeras de monitoramento, rastrearam linhas telefônicas, extraíram dados de celulares e nuvens e coletaram impressões digitais em veículos e imóveis ligados ao grupo. Esses elementos permitiram reconstruir a dinâmica do crime e vincular os denunciados à execução.
O Gaeco seguirá acompanhando o caso, enquanto a Polícia Civil continua as apurações para denunciar outros suspeitos já identificados e localizar novos envolvidos.
Quem era Ruy?
Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Ele teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o Primeiro Comando da Capital.
Nesse período, Ruy liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias.
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