Nova gestão de São Bernardo diz que ainda não achou irregularidades em contratos alvos da PF

  • 17/09/2025
(Foto: Reprodução)
Jéssica Cormick assumiu a Prefeitura de São Bernardo em 15 de agosto após a Justiça afastar Marcelo Lima Reprodução/Instagram Passado mais de um mês da operação que afastou o prefeito de São Bernardo do Campo Marcelo Lima (Podemos), a gestão da prefeita que assumiu a cadeira, Jéssica Cormick (Avante), afirmou que "até o momento" não encontrou irregularidades nos contratos municipais que foram alvo da Polícia Federal (PF). Segundo as investigações, há indícios de um esquema milionário de corrupção envolvendo o pagamento de propina em contratos com empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção. Em nota conjunta enviada do g1, a Procuradoria Geral do Município (PGM), a Secretaria de Justiça e a Secretaria da Fazenda de São Bernardo disseram que "ainda estão examinando os contratos e até o momento não foram encontradas irregularidades". ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Os contratos estão sob análise e, nos próximos 15 ou 20 dias, haverá "um caminho a ser traçado" no pente-fino municipal, segundo a nova gestão, que afirma seguir "colaborando com as investigações e cumprindo todas as determinações da Justiça". O g1 apurou que nenhum indicado político do prefeito afastado e dos vereadores Danilo Lima (primo do prefeito) e Ary José de Oliveira, também alvos da operação, foram substituídos dos cargos que ocupam na prefeitura nesse primeiro mês após a operação. Danilo Lima, que presidia a Câmara, também foi afastado do cargo pela Justiça acusado de receber "altas quantias em dinheiro". Tampouco houve no primeiro escalão do governo. Nenhum secretário e nenhum comissionado foi substituído. Esquema milionário Em dia 14 de agosto, Marcelo Lima (Podemos) foi afastado do cargo por um ano em razão das investigações da PF sobre irregularidades nos contratos municipais. De acordo com a PF, o esquema consistia em desviar dinheiro de contratos de empresas com a prefeitura municipal e a Fundação ABC, em benefício do grupo que tinha funcionários públicos, políticos e empresários envolvidos (veja mais aqui). No dia da Operação Estafeta, Lima foi obrigado a instalar uma tornozeleira eletrônica de monitoramento, por decisão do desembargador Roberto Porto, do TJ-SP. Essa decisão foi revista na terça-feira (16), quando o mesmo desembargador decidiu retirar o equipamento do prefeito afastado. Justiça afasta e manda colocar tornozeleira eletrônica no prefeito de São Bernardo do Campo Apesar disso, Porto manteve o afastamento de Lima do cargo e as outras medidas cautelares impostas. Lima continua submetido às seguintes restrições: Não pode sair da comarca de São Bernardo do Campo sem autorização da Justiça Deve cumprir horários de recolhimento domiciliar Proibido de manter contato com investigados e testemunhas Na decisão, o TJ-SP ressaltou que há “fortes indícios” de que o prefeito afastado seria o “principal centro da operação” investigada, apontando inclusive suposto recebimento de dinheiro de empresas contratadas pelo poder público. Segundo o tribunal, o afastamento do cargo não elimina sua influência política, motivo pelos quais as medidas cautelares permanecem necessárias para reduzir riscos de interferência nas investigações e de fuga. A Justiça de São Paulo ainda destacou que a decisão segue entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que em casos semelhantes de outros investigados considerou suficientes medidas alternativas à prisão, mas sem a exigência do monitoramento eletrônico. Prefeito afastado de São Bernardo do Campo viola regras do uso da tornozeleira eletrônica Quem é Jéssica Cormick? A policial militar Jéssica Cormick, do Avante, é vice-prefeita de São Bernardo e vai assumir a prefeitura após afastamento de Marcelo Lima (Podemos). Montagem/g1/Reprodução/Instagram Jéssica tem 38 anos e é sargento da Polícia Militar de São Paulo desde 2005. Ela se afastou da corporação no ano passado, ao ser convidada pelo então deputado federal e candidato Marcelo Lima para ser vice na chapa dele. Com a eleição da dupla em outubro de 2024, a PM assumiu em 1° de janeiro deste ano seu primeiro cargo público eletivo da vida. Antes disso, ela só tinha ocupado postos dentro da Polícia Militar, onde se especializou em Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública. Segundo o site da prefeitura, Jéssica faz atualmente um curso de MBA em administração pública. Ela é casada com o também sargento da PM Éder, que conheceu durante o trabalho no 6° Batalhão da PM da cidade. A intenção de Lima em indicar uma PM mulher para vice era justamente o de fazer gestos de sinalização para os eleitores bolsonaristas da cidade. Marcelo Lima havia sido vice-prefeito de São Bernardo por dois mandatos na gestão de Orlando Morando (PSDB). Operação Estafeta - 1° mês Entenda como era o esquema de corrupção na prefeitura de São Bernardo do Campo, de acordo com a PF A megaoperação da Polícia Federal (PF) que revelou um esquema de corrupção São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, completou um mês no domingo (14) com o principal líder do esquema ainda foragido da Justiça. Outros três suspeitos de envolvimento no esquema, que estavam presos preventivamente, conseguiram liberdade provisória. (Leia mais abaixo.) 🔎 Contexto: O esquema, segundo a PF, funcionava por meio de uma complexa organização criminosa com o objetivo de desviar recursos públicos e lavar dinheiro, envolvendo empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção que mantêm contratos com a prefeitura e a Fundação ABC. O ex-servidor público da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Paulo Iran Paulino Costa, é apontado pela PF como operador financeiro e ainda não foi encontrado pelas autoridades. De acordo com a PF, Paulo Iran coordenava o desvio de recursos públicos da prefeitura, controlava o fluxo da propina e pagava diversas despesas pessoais do prefeito afastado da cidade, Marcelo Lima (Podemos), e da família dele. Paulo Iran Paulino Costa é acusado pela PF de ser operador do esquema de corrupção que afastou o prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), do cargo no mês passado. Montagem/g1/Reprodução/TV Globo/Câmara dos Deputados A investigação teve início quando agentes encontraram na casa de Paulo Iran a quantia de quase R$ 14 milhões em espécie. A descoberta aconteceu por acaso, enquanto os federais realizavam uma operação no prédio onde ele morava, em 7 de julho. Uma parte do dinheiro sem comprovação de origem estava no carro dele e a outra no apartamento, onde a Polícia também encontrou anotações a mão e em post-its para onde o dinheiro estava sendo destinado. A prisão preventiva de Paulo Iran foi decretada pela Justiça, mas ele não se apresentou às autoridades. A defesa dele impetrou um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e também no Supremo Tribunal Federal (STF), mas não obteve nenhuma decisão favorável. Procurada, a defesa dele afirmou que a PF não possuía ordem judicial para entrar na residência de Paulo Iran em julho, por isso "buscará nos autos a nulidade da apreensão e de todas as provas dela derivadas". "Os agentes cometeram verdadeira pescaria probatória, o que é vedado pelos nossos tribunais", ainda declarou o advogado Fernando Agrela Araneo, que representa o investigado. Após operação, Câmara de São Bernardo tem 1ª sessão Exonerado da Alesp em 15 de agosto, ele estava lotado no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL), recebendo o salário bruto de R$ 8.419,42 antes de ser demitido pelo parlamentar. Por nota, o deputado do PL afirmou que “assim que tomou conhecimento através da imprensa de investigações e suspeita de envolvimento do servidor Paulo Iran em qualquer questão que envolve investigações na cidade de São Bernardo já tomou as devidas providências de exoneração”. LEIA TAMBÉM: Quem é Jéssica Cormick, a vice-prefeita que assume São Bernardo após afastamento do prefeito por suspeita de corrupção Prefeito de São Bernardo afastado foi vice por seis anos e assumiu a cidade em janeiro após derrotar PT e bolsonaristas; veja perfil Esquema de corrupção envolvendo Marcelo Lima tinha celulares clandestinos e códigos em São Bernardo; entenda o funcionamento MP-SP denuncia prefeito afastado de São Bernardo, Marcelo Lima, por organização criminosa e lavagem de dinheiro Três libertados pela Justiça Dinheiro apreendido pela Polícia Federal com servidor da Prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande SP. Divulgação/PF Outros três suspeitos de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro e corrupção conseguiram liberdade provisória, após decisões monocráticas de habeas corpus decididas pelo STJ. Nas decisões, o judiciário considerou que os investigados são réus primários e não oferecem risco à sociedade. Além disso, os crimes pelos quais são investigados não envolvem grave ameaça ou violência. São eles: Caio Henrique Pereira Fabbri: sócio da Quality Medical Comércio e Distribuidora de Medicamentos Ltda. Edmilson Carvalho: empresário e sócio da Terraplanagem Alzira Franco Ltda. Antônio Rene da Silva Chagas: diretor de Departamento na Secretaria de Coordenação Governamental. Os investigados devem cumprir algumas medidas cautelares, como comparecer periodicamente ao fórum, não se ausentar do estado de São Paulo por mais de sete dias sem comunicação prévia, não manter contato com os demais investigados e testemunhas, entre outras restrições. Entenda esquema de corrupção que afastou prefeito de São Bernardo do Campo Segundo a investigação, Antônio Rene é peça fundamental no esquema e atuava com Paulo Iran na arrecadação e no repasse dos recursos. Eles se comunicavam por celulares "clandestinos" e códigos especiais para impedir a identificação dos envolvidos. Já Caio Henrique é sócio da Quality Medical, empresa investigada por supostas irregularidades em contratos públicos e pela movimentação de grandes quantias em dinheiro, com indícios de improbidade administrativa e participação em crimes financeiros, como lavagem de dinheiro. Edmilson é investigado por suposta participação em uma organização criminosa envolvida na movimentação e desvio de valores ilícitos em espécie, que teriam origem em contratos públicos com a prefeitura e a Fundação ABC. O g1 tenta contato com as defesa de Antônio Rene, Caio Henrique e Edmilson. Dinheiro apreendido pela PF nesta quinta-feira (14), em endereços ligados a empresários e servidores que participavam do esquema de corrupção em São Bernardo do Campo (SP). Montagem/g1/Reprodução/TV Globo Com o afastamento do prefeito, quem assume o comando da cidade é a vice-prefeita, Jessica Cormick, do Avante. Arte/g1

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/09/17/nova-gestao-de-sao-bernardo-diz-que-ainda-nao-achou-irregularidades-em-contratos-alvos-da-pf.ghtml


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