Pedalando por Justiça Climática propõe mobilidade ativa como eixo da transição ecológica durante a COP30
11/11/2025
(Foto: Reprodução) Durante a COP30, a capital paraense recebe o evento “Pedalando por Justiça Climática, Equidade e um Futuro Sustentável Possível”, uma programação que conecta cultura amazônica, mobilidade antirracista e luta popular.
Paráciclo
Em meio aos debates globais sobre transição ecológica e justiça climática da COP30, um movimento silencioso e transformador ganha força nas ruas de Belém: o das bicicletas. Nos dias 14 e 15 de novembro, a capital paraense recebe a programação “Pedalando por Justiça Climática, Equidade e um Futuro Sustentável Possível”, organizada pela União de Ciclistas do Brasil (UCB), em parceria com o Coletivo ParáCiclo e o Espaço Cultural Ruth Costa.
O evento quer ampliar o debate sobre mobilidade ativa, cultura amazônica e mobilidade antirracista, destacando a bicicleta como instrumento de inclusão, saúde e transformação urbana. Durante o encontro, será entregue a Carta Manifesto “Pedalando por Justiça Climática, Equidade e um Futuro Sustentável Possível” às autoridades e negociadores da conferência, reforçando a necessidade de políticas públicas permanentes para quem caminha e pedala.
“Não há transição justa sem ciclovias seguras”
Para Ana Carboni, conselheira da UCB, o debate sobre mobilidade ativa ainda é marginalizado nos grandes fóruns climáticos, o que representa um erro estratégico.
“Ignorar a mobilidade ativa é deixar de lado uma das soluções mais acessíveis e de baixo carbono que as cidades têm. O transporte é o setor que mais emite e o que mais impacta as populações vulneráveis. Não há transição justa sem infraestrutura segura para quem anda a pé e de bicicleta”, afirma.
Ana destaca também a importância do PAC da Mobilidade Ativa e Sustentável, proposta apresentada pela UCB que prevê 10 mil quilômetros de ciclovias e calçadas até 2030, redução de 20% nos sinistros com pedestres e ciclistas e a criação de 200 mil empregos verdes. “O programa reconhece caminhar e pedalar como eixos estruturantes da infraestrutura nacional. É o passo necessário para transformar a mobilidade ativa em um direito urbano, e não em um privilégio”, reforça.
Cultura, pedal e carta política
A programação mistura arte, debates e ação nas ruas. Na sexta (14), o evento “Tacacá com Carimbó: o Sabor da Justiça Climática” ocupa a Yellow Zone Espaço Cultural Ruth Costa, com roda de conversa sobre Tarifa Zero e mobilidade antirracista, exibição de curtas e encerramento ao som de Carimbó com o grupo Batuque da Lua Crescente.
No sábado (15), a Bicicletada Manifesto parte às 7h da manhã do mesmo espaço rumo à Marcha Global pelo Clima, organizada pela Cúpula dos Povos, levando às ruas as demandas por cidades mais justas, seguras e sustentáveis. A pedalada culmina com a entrega de uma carta política que propõe alternativas ao modelo extrativista e aponta caminhos para a transição ecológica com equidade.
A iniciativa conta com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo e do Instituto Clima e Sociedade (iCS), e reúne coletivos de todo o país, como Pedal na Quebrada (SP), Ciclocidade (SP) e COP das Baixadas (PA).
📍 Programação completa e inscrições: instagram.com/p/DQca1TWiTXq
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