Programa ensina comunidades da Amazônia a criar artesanatos com restos de pescado do Amapá
22/11/2025
(Foto: Reprodução) Programa ensina comunidades da Amazônia a criar artesanatos com restos de pescado do Amapá
Ribeirinhos do Amapá estão aprendendo a transformar resíduos de peixes em artesanato. A iniciativa busca gerar renda e, ao mesmo tempo, reduzir o impacto ambiental nos rios da Amazônia.
A iniciativa faz parte do Programa de Aproveitamento de Resíduos de Pescado, criado pela Secretaria de Estado da Pesca e Aquicultura (Sepaq). As capacitações são coordenadas pela Escola Técnica de Pesca, localizada no distrito do Matapi, em Santana. A iniciativa foi apresentada pelo governo do Amapá durante a COP30.
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A pesca é essencial para milhares de famílias ribeirinhas e movimenta a economia local, abastecendo mercados e feiras. Parte do peixe consumido no Amapá vem dos municípios de Tartarugalzinho, Amapá e Calçoene. O programa busca equilibrar produção e preservação ambiental.
O projeto segue o modelo de economia circular. A proposta é que os resíduos do pescado, antes descartados de forma irregular, sejam reaproveitados e se tornem fonte de renda para as comunidades.
A meta é reaproveitar cerca de 20 toneladas de resíduos de pescado, transformando o material em produtos que gerem valor econômico e social. O programa está dentro do Plano Estadual de Desenvolvimento Sustentável da Pesca e Aquicultura que deve ser lançado pelo governo.
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A expectativa é que com a criação do plano, uma unidade de referência em curtimento de couro seja construída. O espaço deve fornecer a matéria-prima para que as comunidades produzam bolsas, cintos e outros utensílios.
Com a iniciativa, o Amapá pretende se consolidar como referência em economia sustentável na região Norte.
“Esse trabalho integra o programa estratégico do Governo do Amapá e reforça, na COP30, o compromisso do estado com práticas sustentáveis, valorização das comunidades tradicionais e uso eficiente dos recursos naturais”, afirmou o secretário adjunto de pesca, Vinicius Melo.
Capacitações dos ribeirinhos
A Secretaria de Pesca mapeia as comunidades e define, junto com as equipes, o plano de atividades para cada região. Nos cursos, os ribeirinhos aprendem a selecionar, manusear e limpar os resíduos até chegar ao produto final: peças de artesanato.
Os resíduos usados incluem escamas e ossos de peixes. Do trabalho saem bolsas, colares e brincos.
O engenheiro de pesca da secretaria, Anderson Pantoja, apresentou o projeto na COP30 e destacou o caráter sustentável da iniciativa.
“Nosso objetivo é desenvolver e recuperar com sustentabilidade, garantindo a conservação de espécies, melhoria da qualidade de vida das comunidades tradicionais e geração de renda”, disse Anderson.
Em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) os profissionais realizam de 17 a 28 de novembro uma série de capacitações na comunidade do Sucuriju, uma das Oficinas é de aproveitamento de escamas de Pirarucu.
Engenheiro Anderson Pantoja na COP30
Gea/Divulgação
Peças produzidas durante as capacitações
SEPAq/Divulgação
Escola Técnica de Pesca
Além dos cursos de formação inicial e continuada, a Escola de Pesca oferta minicursos e oficinas de aproveitamento de resíduos do pescado. A instituição promove o desenvolvimento da área rural, através das atividades com cerca de 400 alunos.
Joias produzidas a partir dos resíduos
SEPAq/Divulgação
Exposição da escola de pesca em Abril de 2025
SEPAq/Divulgação
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