Vazamento de conversa entre principal negociador dos EUA e assessor de Putin coloca mais tensão nas negociações de paz da Ucrânia
26/11/2025
(Foto: Reprodução) As negociações de paz da Ucrânia não avançam. E, nesta quarta-feira (26), a tensão aumentou ainda mais depois do vazamento de uma conversa entre o principal negociador dos Estados Unidos e um assessor do presidente russo, Vladimir Putin.
A agência de notícias Bloomberg publicou a transcrição do telefonema. O enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, fala com Yuri Ushakov, o principal conselheiro de política externa do presidente da Rússia. O americano dá sugestões sobre como Vladimir Putin deveria falar com Trump para conseguir um acordo. Witkoff recomenda que Putin comece elogiando Trump pelo cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
O telefonema foi em outubro. O enviado americano aconselhou que Trump e Putin se falassem antes de uma reunião de Trump com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. Na ligação, Witkoff disse ainda que tinha um respeito profundo pelo presidente russo e que acreditava que a Rússia sempre quis um acordo. O enviado sugeriu ainda a criação de um plano de paz.
Depois do vazamento da ligação, até partidários de Trump pediram a demissão do enviado especial. Afirmaram que Witkoff está claramente favorecendo a Rússia, o país que começou a guerra ao invadir a Ucrânia em 2022.
Trump defendeu o enviado. Disse que ele estava fazendo o que se espera de um negociador e informou que, na próxima semana, Witkoff vai a Moscou para apresentar a Vladimir Putin a versão mais recente do plano de paz. O documento original atendia a muitas exigências da Rússia: como reconhecer territórios tomados por Moscou e proibir a Ucrânia de entrar na aliança militar do Ocidente, a Otan.
No domingo (23), a Ucrânia e países europeus conseguiram alterar o plano durante negociações com os Estados Unidos. A nova versão deixou de fora pontos sensíveis como a questão territorial e também eliminou restrições ao tamanho das Forças Armadas ucranianas. Por isso, a expectativa é de que a Rússia se oponha a esse texto.
Ainda não está claro como os dois lados dessa guerra vão superar os impasses nas negociações. Nem se eles farão concessões sobre os pontos do plano de paz.
Nesta quarta-feira (26), o Kremlin declarou que é prematuro dizer que um acordo está próximo. O presidente Vladimir Putin afirmou que acabar com a guerra requer decisões complexas e que os americanos entendem isso.
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Reprodução/TV Globo
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